11.8.08

Soljenitsin (1918-2008)


O livro que li de Soljenitsin foi Um dia na vida de Ivan Denisovich, numa edição Círculo de Leitores de 1974. Assim que dei com a notícia da sua morte, na televisão, veio-me imediatamente à ideia o pequeno livro de capa cinzenta que tenho no escritório, com um rato de olhos amarelos, "cortado" ao comprido por arame farpado - referência aos "animaizinhos domésticos" companheiros seus e do seu herói Denisovich, no campo de trabalhos forçados no norte do Casaquistão, para onde foi enviado ao abrigo do artigo 58º do Código Criminal da antiga URSS, que abrangia os crimes políticos, desde a espionagem e sabotagem, até à propaganda contra o regime.
O interregno entre a prisão e o exílio de Soljenitsin, deu-se no tempo
de Nikita Krutchev que, a certa altura do XXII Congresso do Partido Comunista, dizia:
"... é nosso dever fazermos uma análise dolorosa e completa destes factos ligados ao abuso do Poder"
Porque a hist
ória é um conjunto de factos em retoma, recomeço e avanços, convém avivarmos a memória com frases ditas em momentos lúcidos ao longo dos tempos.
Seria bom que Krutc
hev visitasse Putin (... em sonhos, claro) e lhe relembrasse que o direito à independência também se coloca no presente caso da Georgia, também ex-URSS.

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