16.9.07

I HAVE A DREAM


Quando lembramos Martin Luther King e o seu famoso discurso I Have a Dream, recuamos no tempo e associamo-lo a lutas antigas, coisas de tempos em que os direitos civis ainda estavam a ser conquistados palmo-a-palmo. Mentira! Este acontecimento fez 44 anos, em 28 de Agosto último, e é tão actual quanto urgente. O sistema económico que então se estava a afirmar, hoje asfixia a humanidade porque atingiu o seu grau mais perigoso: aquele em que o dinheiro não está mais ao serviço do homem mas o homem ao serviço do dinheiro, numa plena e pesada escravatura.
Em Portugal, se em 74-75, ainda sonhávamos com a educação para todos, em 30 anos deixámos depauperar de tal maneira a situação do país que, para justificar turmas de trinta alunos e escolas a fechar, os senhores do governo vão ao norte da Europa, trazem-nos de lá uns gráficos e vêm-nos dizer, por exemplo que, contra os professores que andam há anos a dizer que um elevado número de alunos nas turmas é uma condicionante negativa do sucesso, estudos recentes mostram o contrário! Isto é que é descobrir a nova versão da pólvora seca!! Com certeza que o simples facto das diferenças abismais entre as condições económicas e sociais, para o papalvo do portuguesito, nunca será explicada pelos nossos ministros porque, a coberto desses famosos estudos, implementa-se no país, o que interessa para ver se ninguém vem reclamar das políticas económicas desastrosas que os partidos têm implementado. E que não venha a oposição aproveitar-se deste desabafo, mas a oposição neste país é um conjunto de janotas a mandar umas "postas de pescada", de vez em quando, para a gente não se esquecer que eles existem, não vá ninguém lhes dar uns votozinhos que lhes mantenham as cadeiras quentes na assembleia. I Have a Dream: que passe por aí um vírus político que mande para casa toda esta cambada de jeitosos que desrespeita os portugueses e lhes arruína o país. Sim, sim, era um ar que se lhes dava... A eles mais estas soluções fantasiosas de que o futuro das escola está nos 45 mil professores desempregados mas uns quantos computadores que os professores vão andar a carregar de casa para o trabalho e do trabalho para casa! Tudo lindinho, a cores e com música de fundo e, sentados nas carteiras os filhos dos ditos professores e outros desempregados a precisarem mas é de um suplemento alimentar, porque em casa a bucha nem dá para o café da manhã! Que se "compute" mas é o governo e a oposição e venha gente responsável! É que eu ainda sou do tempo em que se estudavam as indústrias portuguesas e agora, de que indústrias vamos falar aos nossos miúdos? Inventem o que quiserem mas o dinheiro vem daí e não das caixas multibanco! Temos de ensinar de onde vem o leite e o frango, mas também de onde vem o dinheiro para os comprar. Cansámo-nos da areia colorida, senhores ministros!

1 comentário:

Pedro Leite Ribeiro disse...

Podemos incluir os estádios de futebol nos programas escolares. Que bem substituem as indústrias.
Algo vai mal na democracia à portuguesa...