De Moeda ao Ar e Encolhendo os Ombros

Interessante esta "Carta ao Director" do Público, assinada por Santana-Maia de Ponte de Sor. Não a vou copiar inteirinha mas retiro aquilo que achei mais perspicaz. Diz, então, a certa altura:

«Como dizia Lord Acton, "todo o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente". Por isso, se gostamos muito do nosso presidente da câmara devemos evitar que seja reeleito mais do que duas vezes para que não se estrague. As reeleições sucessivas dos presidentes da câmara têm levado a que indivíduos adoráveis, humildes e trabalhadores se transformem, com o passar dos anos, em autênticos déspotas que usam o seu poder de uma forma absolutamente sanguinária e arbitrária, perseguindo todos aqueles que têm a ousadia de discordar ou criticá-los.»
Não sei quem é lord Acton, nem Santana, nem sei se ele fala do presidente do seu concelho, mas que concordo com uma limitação de mandatos, não há dúvida. Triste vai é a nossa democracia que tem uma paleta tão pobre, uma ementa tão insossa, uma carta de mixórdias por onde a gente tem de escolher. Bom era poder votar depois daquela dificuldade saudável de optar entre hipóteses de qualidade e gente de gabarito!! Assim como vamos nem sequer dá gosto atirar a moeda ao ar!... E quando os vemos a serem aplaudidos por gente que nem sabe ao que foi, encolhemos os ombros para não desatarmos todos num pranto geral que se oiça aqui ao lado e o confundam com o novo hino nacional!...